
Cada vez
mais, a Vigilância Sanitária se faz presente na fiscalização dos salões. A má conservação dos
materiais usados para fazer unhas, escovar cabelos e depilar o corpo pode
transmitir desde uma simples micose até doenças graves, como hepatite C.
Para evitar multas e interdição, além de zelar pela
saúde dos profissionais e clientes, é necessário manter sob controle a higiene
do ambiente, dos equipamentos e dos utensílios utilizados no dia-a-dia,
seguindo as normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). “Nossa
primeira intenção é educar”, garante Telma Piacesi, técnica da Vigilância
Sanitária do Rio de Janeiro. Segundo a enfermeira, “as normas visam garantir a
saúde dos clientes e dos profissionais que atuam nestes locais. Embora muitos
não saibam, a maioria dos procedimentos realizados oferece riscos à saúde”.
E foi
exatamente para cumprir esta função educativa que a Prefeitura de São Paulo,
através da Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde), possui a publicação Beleza com Segurança – Guia
Técnico para Profissionais. “A devida aplicação das práticas
recomendadas neste Guia traduz o verdadeiro exercício da cidadania, pois o
profissional, ao preservar sua saúde e a do próximo, neste caso, o cliente,
estará contribuindo para o bem-estar da coletividade”, diz Maria Cristina Faria
da Silva Cury, Secretária Municipal da Saúde de São Paulo.
Confira as normas da Vigilância Sanitária para salão de beleza.
Ambiente – Para permitir um melhor desempenho das atividades profissionais,
o estabelecimento deve ter uma iluminação adequada, que permita a realização de
procedimentos com segurança; ventilação que garanta um ambiente arejado; pisos
e paredes com revestimentos laváveis, ou seja, resistentes à limpeza com água e
sabão; mobiliários com superfície lisa (não porosa); pia exclusiva para limpeza
de material; equipamentos especiais para a esterilização e tanques para lavar
os panos de limpeza e higienização.
Organização e
limpeza – O profissional deve lavar as mãos antes e
depois de atender cada pessoa. Além disso, é necessário que organize o material
de trabalho, como algodão, esmaltes, pentes e escovas em maletas ou gavetas;
que pergunte ao cliente se ele tem alguma alergia e jogue no lixo os materiais
descartáveis ou de uso único, como lixas, protetor de cuba e de bacia e
lâminas.
Esterilização – Depois de lavados e escovados com sabão líquido, em água
corrente abundante ou lavadora ultra-sônica, os utensílios de metal precisam
ser colocados em estojos de alumínio ou aço inoxidável ou em envelopes próprios
para esterilização (a ponta do alicate deve ser protegida com papel alumínio e
retirada apenas na frente do cliente) antes de colocados na estufa. A
temperatura para garantir a esterilização é de 170ºC por uma hora ou 160ºC por
duas horas. Caso a esterilização seja feita em autoclave, é obrigatório o uso
de embalagens que permitam a passagem do vapor (temperatura de 260ºC por 40
minutos).
Materiais limpos – Depois de esterilizados, os utensílios de metal têm que ser
embalados individualmente em sacos plásticos. A embalagem deve trazer a data de
esterilização e o nome de quem preparou o material e só pode ser aberta na
frente do cliente. O mesmo vale para pentes, escovas e toalhas que, depois de
lavados com água e sabão e submersos em solução de hipoclorito de sódio por 10
minutos (no caso da toalha, 30 minutos), precisam estar embalados em plásticos
individuais, abertos sempre na frente do cliente.
Unhas – a manicure precisa usar luvas descartáveis e só pode retirá-las
quando concluir o serviço. Deve também borrifar álcool 70% nas unhas do cliente
antes do procedimento, para evitar infecções. Além disso, lixas e paus de
laranjeira têm que ser descartáveis e quebrados logo após o uso.
Depilação – A cera tem que trazer no rótulo a identificação do produto,
procedência, validade e número de registro na Anvisa. Além disso, não pode ser
reaproveitada. A esteticista deve controlar sua temperatura e utilizar apenas
material descartável, nunca reciclado, na extração de pêlos.
Formol – Produtos à base de formol estão proibidos, pois não têm registro
na Anvisa. “Todo cosmético para ser licenciado e comercializado passa por anos
de estudo, testes e estes não têm qualquer respaldo científico. Ninguém pode
prever as conseqüências a médio ou longo prazo, tanto para quem está recebendo
o tratamento quanto para quem está manipulando a fórmula”, explica Telma
Piacesi.
Tratamentos
estéticos – Procedimentos não invasivos, como drenagem
linfática, estimulação russa e bronzeamento artificial a jato, só podem ser
feitos por esteticistas. O certificado de qualificação desses profissionais tem
que estar afixado em local visível no estabelecimento. Os produtos utilizados
precisam trazer no rótulo as seguintes informações: nome, marca, lote, prazo de
validade, conteúdo, país de origem, fabricante / importador, composição,
finalidade de uso e registro na Anvisa.
Já atividades como mesoterapia, dermoabrasão,
depilação a laser, peeling, aplicação de toxina botulínica, preenchimento de
rugas, entre outros procedimentos invasivos, são considerados atos médicos,
sendo vedada sua execução por outros profissionais.
Fonte:carreirabeauty.com
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